sábado, 16 de fevereiro de 2008

CORONEL BOLOGNESI 0 X 0 FLAMENGO

Se o Flamengo atua daquela forma enfrentando o Coronel com nome de molho de macarronada, como se comportará quando for jogar fora contra River, Boca, Cruzeiro, São Paulo? Eis o principal problema do Flamengo: jogar fora. Desde o ano passado que o time tem dificuldades nas partidas na casa do adversário, sempre adotando uma postura cautelosa, sem achar espaço, sendo amplamente dominado. E o Joel andou dizendo no final do ano passado que o problema era o time não saber se defender foa de casa. Diagnóstico totalmente equivocado!

Escrevo sobre o assunto porque a última partida levantou uma suspeita sobre aonde o excesso de defensivismo pode nos levar. O esquema do Joel é 3-5-2. O volante (atualmente Jaílton) faz as vezes de um terceiro zagueiro, dando liberdade para os laterais atuarem na armação. Deu certo nos jogos em casa do ano passado, em um contexto altamente favorável de apoio da torcida, vibração e com a contribuição das dimensões do campo do Maracanã. Porém, nossas vitórias eram sempre apertadas, com exceção de alguns jogos contra times bem fracos, como Figueirense e Goiás. Na reta finalíssima, nossa goleada foi aquele dois a zero contra o Atlético-PR. Fora de casa, ficou na memória um 3 x 1 Cruzeiro, num jogo decisivo, no qual o Flamengo foi se defender e foi totalmente encurralado. O problema é que, na fase final da Libertadoes, se ganharmos de um a zero aqui e tomarmos uma porrada de 3 fora, adeus. Ou seja, a missão do Joel seria armar um time que se acostume a marcar muitos gols no Maracanã (barangas do Estadual não contam) e que ofereça algum perigo fora dos seus domínios. Mas parece que o Natalino não entendeu assim...

Às vezes o 3-5-2 vira 3-6-1. No time do Joel, meia-armador não tem vez. Só tem volante e atacante. Se o volante sabe um pouco sobre o que fazer com a bola dominada, vai armar. Se um jogador de meio-de-campo tem características de armador, vai para o ataque. Assim, o Marcinho virou o novo Renato Augusto, escalado para fazer feio no ataque, enquanto o Maxi fica no banco. Das decisões do Joel, a falta de oportunidades para o argentino é a maior sacanagem de todas, pois o cara já mostrou serviço e foi sacado após uma parada por contusão.

Aliás, escalação tem sido um problema com a chegada dos reforços. O Joel parece meio perdido. Costumo a dizer que se era para manter Toró e o medíocre Jaílton no time, era melhor não trazer ninguém. Dá uma impressão de patota. O único que entrou para ganhar posição foi o Jônatas, que vem jogando pouco. O status do Jônatas é curioso, pois ele só jogou bem de verdade no Flamengo durante meia temporada, quando participou da conquista da Copa do Brasil 2006. Foi para a Espanha e lá quase não atuou. É um bom jogador, mas nas atuais condições não sobra em relação aos concorrentes pela posição. O Kleberson joga no mesmo pedaço do campo, apesar de não ter sido escalado ali pelo Joel. Mas é um jogador que não me empolga. Não gosto de falar em "enganador do futebol", mas o Kleberson ganhou notoriedade a partir da Copa de 2002 e conseguiu viver disso até hoje. A declaração do Luís Roberto, narrador da Globo, deu bem o tom da ilusão que se criou em torno do jogador: "O Kleberson fez uma Copa dos sonhos em 2002!". Na boa, o cara entrou no time titular nas três últimas partidas, teve atuações discretas nas quartas e na semifinal e arrebentou no jogo decisivo. Depois disso, nunca mais brilhou em lugar nenhum. Já se passaram seis anos. Se era para manter alguém no Fla do ano passado, acho que o Cristian deveria brigar por posição com o Kleberson e Jonatas, embora reconheça que este último pode mostrar mais futebol.

Enfim, o Joel tem sido conservador demais, jogando com volantes demais, atacantes improvisados demais e criação de menos. E se o máximo que sua imaginação para mudar o time no segundo tempo pode permitir é escalar o Obina no ataque ao lado do Souza, coisa que ele faz em todos os jogos, os problemas podem aumentar. Espero que a vitória que virá domingo não sirva para nos iludir.

Coronel Bolognesi-PER: Penny, Revoredo, Ostersen, Balbín e Álvarez; Linares, Uribe, Vásquez e Ramírez (Novoa); González Vigil (Mostto) e Ross (Chavez). Técnico: Juan Reynoso
Flamengo: Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Jônatas, Ibson e Toró (Kléberson); Diego Tardelli (Obina) e Souza (Marcinho). Técnico: Joel Santana
Local: Estádio Modelo, Tacna (Peru)
Árbitro: Mauricio Reinoso
Auxiliares: Alfredo Intriagio e Juan Cedeño
Cartões amarelos: Revoredo (Coronel Bolognesi). Juan, Ibson e Diego Tardelli (Flamengo).

2 comentários:

Anônimo disse...

sobre esse jogo do Bolo, nem adianta mais comentar. vc leu a minha crítica e já sabe.
mas contra o vasquinho não pode ser assim. o Fla tem q ser agressivo, tem q atacar, tem q ter um meia criativo (Marcinho) e dois atacantes (Suza e Tardelli ou Maxi). só q duvido q o Joel faça isso. uma pena.
cara, nem vou ao jogo. mas o cabecinha, gustavo, ulysses... vão.
abração!

Anônimo disse...

Maneiro, vc tá postando no Confio no Mengão tb... o Diogo é amigo do Gustavo o dono do meu blog. Ele tá postando lá tb e eu tb no Confio. Ainda fiquei de mediador na comunidade dele no Orkut.
Jean