domingo, 25 de maio de 2008

FLAMENGO 2 X 1 INTERNACIONAL-RS

A qualidade do jogo em si não foi animadora. Mas o resultado foi bom, muito bom. Principalmente pela novidade: já havíamos nos acostumado com um Flamengo meio fora de sintonia diante da importância de se marcar pontos em casa no início de um Brasileiro de pontos corridos. Ficou essa impressão do jogo contra o Grêmio e o primeiro tempo contra o Inter reforçou o temor de que iríamos mesmo fazer figuração por mais um ano na mais importante competição nacional. Não sou tão volúvel a ponto de acreditar que a impressão está totalmente apagada, mas pelo menos o resultado serviu como uma pequena demonstração de força, um primeiro passo para reconquistar a confiança da torcida. Em um campeonato que não demonstra contar com nenhum favorito para disparar na liderança, ainda que o Cruzeiro tenha vencido seus três primeiros jogos, uma seqüência de quatro partidas em casa, contando com o apoio maciço da torcida pode ser a oportunidade para pular na frente. Assim, é inegável que a vitória sobre o Inter foi um excelente começo da série.


Depois do sete de maio, nós flamenguistas estamos meio receosos no quesito confiança. Medo de exagerar na dose. Mas com um pouquinho de senso de oportunidade, podemos aproveitar o momento para mandar bem na competição. Pegamos um Inter com desfalques e ainda sofrendo os efeitos da eliminação na Copa do Brasil. O Santos estava envolvido com a Libertadores quando nos enfrentou, assim como estará o Fluminense. Quinze dias depois, o São Paulo, time que ainda não se achou no Brasileiro, será nosso adversário em casa. A rigor, jogo complicado nos domínios adversários neste primeiro turno, só contra o Palmeiras. O grande risco nesta história toda é ter uma debandada geral no meio do ano em função da abertura para negociações com o exterior. Porque se tiver que sair alguém, duvido que seja o Kleberson, ou o Jaílton, o Toró...


É claro que ainda precisamos melhorar o time. O do primeiro tempo foi sofrível. O Jaílton esteve pior do que o costume e, considerando os três pontos no final, talvez devamos agradecer aos céus pela sua noite inspirada, que pode assegurar o banimento do volante da equipe principal. Gostei mesmo foi de ouvir o Caio Jr. ao final dizendo que pretende dar mais qualidade ao meio-de-campo. Tomara, tomara!

Flamengo: Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton (Jônatas), Cristian, Toró e Marcinho (Renato Augusto); Diego Tardelli e Souza (Obina). Técnico: Caio Júnior
Internacional: Renan, Jonas, Índio, Sidnei e Marcão (Gil); Danny Morais (Adriano), Ji-Paraná (Andrezinho), Ramon e Alex; Fernandão e Nilmar. Técnico: Abel Braga
Local: Maracanã/RJ
Árbitro: Evandro Rogério Roman
Auxiliares: Roberto Braatz e José Amilton Pontarolo
Cartões amarelos: Juan, Fábio Luciano, Cristian e Jônatas (Flamengo). Marcão e Jonas (Internacional).
Gols: Nilmar, aos 33 minutos do primeiro tempo. Marcinho, aos 5 minutos; e Souza, aos 9 minutos do segundo tempo.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

GRÊMIO 0 X 0 FLAMENGO

Será que estou exagerando? Vi uma porção de gente satisfeita com o empate com o Grêmio no último domingo. Técnico, jogadores, dirigentes. Imprensa. Será que estou sendo precipitado? Porque para mim o empate foi desanimador.

O São Paulo fez setenta e sete pontos no último Brasileirão. Se empatasse todos os jogos fora e ganhasse todos em casa, conquistaria setenta e seis. O que leva um time a achar que na segunda rodada do campeonato um empate fora é bom resultado? Para mim, a resposta é ambição miúda.

Estou meio de saco cheio com o clima de passar-mão-na-cabeça que impera no Flamengo. Agora nenhum jogador é barrado: sente um lesão misteriosa e dá o lugar para um companheiro da reserva. Mentirinhas para preservar o atleta. Enquanto isso, o time vai fazendo experiências com o elenco em pleno mês de maio e as decisões mais duras vão sendo adiadas para o futuro. E aí talvez o futuro seja muito tarde. A primeira coisa que eu esperava do treinador novo do Flamengo é que escalasse bem. E a segunda, que tivesse personalidade. Esta última me parece prejudicada, pois o sujeito faz o estilo bom-moço demais.

Por que o empate com o Grêmio, repito, na segunda rodada!, pode ser considerado um bom resultado? Levando em conta que o time gaúcho está longe de ser candidato ao título, a única conclusão que eu chego é que o Flamengo não quer ver seu nome na cédula. Mas talvez eu esteja ansioso demais.

Grêmio: Victor; Paulo Sérgio, Léo, Pereira e Hélder; Réver, Eduardo Costa, Rafael Carioca e Roger (Jonas); Soares (Rodrigo Mendes) e Perea (Makelele) Técnico: Celso Roth
Flamengo: Bruno; Fábio Luciano, Jaílton e Ronaldo Angelim; Leonardo Moura, Toró, Kléberson (Renato Augusto), Ibson e Juan; Diego Tardelli (Cristian) e Marcinho (Maxi Biancucchi) Técnico: Caio Júnior
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Giovani Cesar Canzian
Cartões amarelos: Fábio Luciano, Bruno (Flamengo); Léo, Réver, Hélder (Grêmio)

sábado, 17 de maio de 2008

COMEÇAR DE NOVO

Quase um mês sem atualização do blog. A resenha esteve em silêncio durante a série de acontecimentos das últimas semanas rubro-negras. Tivemos gol de falta do Bruno, atuação empolgante no México, duas vitórias sobre o Botafogo, a segunda um chocolate que valeu o título, esperança renovada de uma bela campanha na Libertadores, a tragédia de 07 de maio. A maior porrada da nossa história. Acabei não conseguindo atualizar os textos em tempo hábil, pois a gangorra de emoções modificava o olhar sobre o jogo anterior, os efeitos das partidas no ânimo eram retraduzidos a partir do que ocorresse em seguida. Isso acontece no futebol, e nunca foi tão verdadeiro como no 07 de maio.

Ao meu ver, tudo perdeu sentido após aquele jogo. Não só o título estadual e a primeira fase da Libertadores, mas também todo o ano passado. A estatística vai informar que temos 30 títulos estaduais, que em 2008 atingimos na contagem de taças da peleja doméstica o Fluminense, clube que possuía a vantagem de largar bem na frente. Na prática, pouco importa. Alcançar os esquisitos coloridos era só questão de tempo, assim como será ultrapassá-los. Queríamos a América. Assim, também foram em vão os nossos esforços na brilhante arrancada do ano passado para nos classificarmos na Libertadores, inspirados na bela e amarga vitória nas oitavas da última edição da competição continental, na qual nos faltou apenas um gol para manter o sonho aceso. Lutamos muito para ao fim protagonizarmos um fiasco.

Foi um baque. Se hoje estou reagindo melhor, é um pouco em função da postura de nossos rivais mais diretos. Botafoguenses e vascaínos, em gesto absolutamente patético, festejaram e agradeceram aos céus pela vitória dos mexicanos, extrapolando os limites da mera felicidade com a desgraça do adversário tradicional, como se sentindo vingados (?) pelas constantes pancadas que vêm recebendo do Mengão. Já os tricolores foram mais comedidos, receosos, considerando que ainda disputam a mesma competição da qual fomos eliminados. Igualmente medíocre. Chego à conclusão que precisamos enxergar os erros, mas remoer internamente a nossa tristeza, mantendo a nossa marra, que para o torcedor nunca foi malefício, para não correr o risco de nos entregarmos a miudezas como é do feitio de nossos rivais.

E assim, nós torcedores começamos o Brasileiro, ainda sob o signo da derrota vergonhosa, buscando juntar os cacos. O time teve uma primeira vitória contra um Santos de reservas no Maraca vazio, ainda pouco para nos convencer. As lições que o Flamengo precisa tirar da tragédia são muitas, e eu, como bom torcedor ansioso, já me preocupo com os sinais de que isto não está acontecendo. Em primeiro lugar, me preocupa a condenscendência geral. A diretoria, principal responsável pelo clima de oba-oba, não tem autoridade para cobrar os jogadores pelas conseqüências daquele desastre, ainda mais com salários atrasados. Assim, qualquer processo de avaliação da efetividade de alguns dos atletas que vinham jogando ficou em suspenso, para não parecer caça às bruxas. Ou seja, jogadores que sucessivamente vinham demonstrando que não mereciam vaga no time titular por incapacidade de resposta ganharam uma sobrevida, como é o caso de Kleberson, Jaílton e Leonardo. Foram premiados pelo fiasco. Para completar o quadro, temos um técnico que não demonstra ter personalidade, e adota a política de fazer média e de dar valor ao trabalho que vinha sendo feito. Um dos piores efeitos da derrota contra o América do México foi que esta, por ter sido tão bizarra, mascarou o fato de que havia, sim, algo errado no trabalho que vinha sendo desenvolvido!

Enfim, meus sentimentos podem ser apenas efeito da neurose de torcedor, talvez eu esteja sendo precipitado. Mas avalio que para recuperar o nosso ano ainda nesta temporada, só ganhando o Brasileiro. E para isso, não confio no Tiozão, nem na diretoria. O diabo é que elenco nós até temos para isso...

Em breve, as fichas dos últimos jogos atualizadas neste espaço.