domingo, 7 de dezembro de 2008

ATLÉTICO-PR 5 X 2 FLAMENGO

O time que eu vi hoje não é capaz de lidar com a responsabilidade de vencer. De ter que vencer. Engraçado que ele feche o ano desta maneira, quando a impressão que tínhamos com a campanha final no Brasileiro do ano passado era a que, enfim, o Flamengo havia montado um elenco que conseguia entender o que é o clube, capaz de usar sua força intrínseca a favor.
Já não sei se a tragédia contra o América do México foi causadora de tudo de ruim no ano ou se foi apenas mais um episódio da coleção de vexames que nos aguardava. O que sei é que justamente antes daquele evento tivemos as duas partidas que mais nos encheram de esperança no ano: o 4 x 2 em cima do próprio América-Mex e o 3 x 1 da final do Estadual. Depois destes dois jogos, não vimos mais aquele Flamengo.
O time bundão que foi presa fácil para o limitadíssimo Atlético-Pr (equipe que brigou o campeonato inteiro para não cair) é o mesmo daquelas derrotas e empates no Maraca, tão evocados na imprensa: derrota para o Atlético Mineiro, empate com Goiás e Portuguesa. Mais se for ver bem, no jogo de hoje o Flamengo se comportou igualzinho à partida contra o São Paulo no 1º turno, quando foi dominado em pleno Mário Filho. Isso foi também uma vergonha. Assim como foi vergonha não demonstrar capacida de reação e ser incapaz de se impor contra o Cruzeiro no Mineirão. Na mediocridade geral do campeonato, o Flamengo vinha recebendo ofertas dos adversários para livrar o fim de ano do sofrível. Hoje o Palmeiras deu mole de novo, mas o Mengão deixou claro que a taça da sem-vergonhice é dele e ninguém tasca.
Nesse ponto, o técnico Caio Jr. parece ter sido a cereja do bolo. Entre passagens por Fla, Goiás e Palmeiras, o treinador fica marcado por comandar equipes que em quatro competições seguidas entregaram o objetivo principal. Caiu como uma luva por carregar o perfil de quem não agüenta pressão. Igualzinho aos jogadores que dirige.
Seria simplista colocar a culpa só no treinador e jogadores? De certa forma seria, mas peço licença para atacar um lugar comum que vejo a todo momento repetido no futebol. A tal história da estrutura. Não livro a cara da diretoria por não conseguir dotar o Flamengo de campos de treinamento razoáveis, de alojamentos coinfortáveis, por não contratar com planejamento, etc. Mas em primeiro lugar vem time e treinador. O São Paulo foi campeão por causa da estrutura? Também, mas sua performance na primeira metade do campeonato mostra que isso não é tudo. O que a boa organização de um clube permite é que este esteja sempre brigando nas primeiras colocações, que não passe por altos e baixos, que não alterne temporadas brilhantes com brigas contra o rebaixamento. Dificilmente se verá o São Paulo brigando para não cair. Mas a condição de favorito depende do bom trabalho de treinador e da equipe que se tem. Bota o Renato Gaúcho lá no Morumbi e vê o que acontece. Da mesma forma, observemos o desempenho do São Paulo no mata-mata das últimas Libertadores. Se só estrutura contasse, o campeonato inglês terminaria empatado.
A meu ver o Flamengo montou um time que tinha condições de brigar pelo título. E a verdade é que nunca brigou: liderou numa fase em que não ganhou de nenhum grande, com exceção do Inter. E depois da janela, nunca mais incomodou. E aí não tem jeito de não pensar que se tivéssemos um treinador competente nossa trajetória seria diferente. E que fique claro que não penso que esse treinador é o Joel.
Nos últimos tempos tenho pensado que o que mais me angustia no Flamengo é ver treinadores que não armam time ofensivos. Temos assistido ao aumento contínuo do número de volantes no time com o passar dos anos, sempre com ao menos um a mais do que o tolerável. Chegamos ao requinte de crueldade de ver um meio campo que já foi habitado por Andrade, Adílio e Zico com quatro volantes! Taí algo no Caio Jr que muito me emputeceu: no auge de sua insegurança o sujeito resolveu copiar o esquema do Natalino. Justamente quando ele demonstrava que faria um trabalho diferente, marcado pela ousadia...
Pois o que espero no ano que se aproxima (e que se anuncia crítico) é ver um Flamengo armado da forma mais ofensiva possível com as peças que tiver, sejam lá elas quais forem. Se for diferente, espero não me enganar. Independente de qualquer outro fator que contribua para o insucesso (e temos muitos: a política do clube, as torcidas brigonas, a falta de dinheiro, as farras dos jogadores), ver um time com Jailtons, Torós e Klebersons já será o suficiente para perceber um estado de crise permanente.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

FLAMENGO 5 X 2 PALMEIRAS

O imponderável se fez presente no Maraca. Teve até torcedor do Sport Recife comemorando gol do Mengão na arquibancada.
Quer mais provas? Após o nome do Kleberson, seguiu-se uma nota 10 no jornal O Globo de segunda-feira. E daí as palavras: "o cérebro do time". O mais surpreendente é que não era exagero! E o Ibson? Mostrou todo o futebol que a gente sabe que ele tem, mas que costuma esconder. Resultado, guardadaças as devidas proporções, era como se em vez de Ibson e Kleberson os sujeitos chamassem-se Zicson e Juniorson! O imponderável...
O imponderável em Jaílton! Sim, ele cometeu um penal bobo como sempre. Mas quase fez de calcanhar!
E a pedalada de Obina? Não é um movimento bem executado. É grotesco. Mas é também impossível de descrever, é o reverso da ginga. É... imponderável!
Pode ser tarde para algo mais. Friamente, não acho nem uma boa que essa formação e esse treinador ganhem moral, pois precisamos de mudança de postura em geral. Mas o lance é que a gente fica esperando um pouco de dignidade, de resposta pela mobilização nas arquibancadas, algum nível de comunhão. Dá um pouco de esperança no futuro. Se depois vem euforia ou depressão, não sei. Mas é muito bom ver o Flamengo dar show, principalmente quando não se espera muito do time.

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Que fique bem claro: não estou nem um pouco entusiasmado com o jogador Kleberson. Se for seguir a média, sua próxima grande atuação acontecerá em 2014! Levo fé mesmo em dois garotos do atual elenco: Airton e Everton. Opa, rima também!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

FLAMENGO 1 X 0 BOTAFOGO

O QUE O TIOZÃO FEZ

Saiu jogando com o Maximiliano. De centroavante. No meio dos trogloditas André Luis e Renato Silva. Aí sacou o argentino tampinha no intervalo, pois constatou que o Flamengo precisava de uma "referência". Ué, mas não foi justamente isso que todo mundo falou que iria faltar antes do jogo? Bom, o escolhido como "referência" foi o Josiel. Caraca, será que o Josiel consegue fazer mais do que aquilo nos treinos? Na boa, eu sou péssimo jogando bola. Gosto muito de futebol, mas infelizmente o corpo não obedece aos comandos da mente, que possivelmente saem em slow motion. Eu juro: o Josiel perdido no meio dos atacantes, batendo na bola com a canela, furando conclusão parecia... comigo!

Enquanto isso, o Vandinho, que a rigor nunca jogol maaaal no Flamengo (até porque não teve chance), ficou no banco o tempo todo. Longe de ser craque, o queixudo fez mais no jogo contra o Sport do que todos os atacantes nesta fase pós-Marcinho.

Só para ficar claro: não foi por isso que o Mengão foi mal contra a cachorrada, é só um exemplo da incoerência do Caio Jr.

O QUE O TIOZÃO FALOU

Na verdade, o que vem falando. Não sei se o Caio envergonha mais a nação com as suas formações covardes ou quando abre a boca. Depois do jogo contra a Lusa, exaltou o fato de ser o melhor do Rio no campeonato. Se tem um negócio que me dá ódio é essa história de "melhor do Rio". Ontem ele abusou. Defendeu o tempo todo as suas atitudes, posou de mago, disse que era "muito gostoso" estar brigando pelo título. E misturando esta tímida arrogância com pose de vítima, emendou que sonha ter seu nome gritado pela torcida. Vamos ver com quantos volantes vai encher o meio-de-campo no domingo para conseguir realizar seu sonho.

O JOGO

E o jogo? Ah, valeu pelo chororô!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

VITÓRIA 0 X 0 FLAMENGO

Kleberson é gênio. Realizou uma excelente partida na vida (duvido que tenha tido qualquer outra mais do que boa) mas foi esperto o suficiente para fazê-lo numa final de Copa do Mundo. Depois disso, nunca mais precisou jogar nada para ganhar dinheiro como jogador de futebol. Na época era uma jovem promessa, e todos os seus sucessivos fracassos após o Mundial (no próprio Atlético-Pr que o revelou, no Manchester e no Besiktas) eram aliviados pela lembrança de que o jogador conquistara o penta com o Brasil. Não sei se nos outros clubes pelos quais passou funcionava deste jeito, mas, no Flamengo, onde dizem que recebe o maior salário do elenco, o Kleberson desenvolve um macete que poucos observam. Ao final do empate contra oVitória, a maioria poderá reclamar do Leo Moura ou do Toró, que desperdiçaram jogadas de gol claríssimas. Estes devem receber uma nota 4 ou 4,5 dos jornais, comprometeram claramente o resultado do jogo. Kleberson levará um 5,5 ou 6: não perdeu gols, não desperdiçou ataques... Agora tente se lembrar de um lance em que o rapaz tenha participado na defesa ou no ataque. Eu falo em participar, não em destacar-se ou executar com perfeição. Só participar.
Pois é... Eu só lembro de um lance, uma bola no ataque que foi rebatida em seus pés e ele deu um balão na bola, botando o Leo Moura na frente do gol, mas também livrando-se dela. Aliás, meu amigo André observa que ele sempre se livra da bola. O André também concluiu o que não parece tão óbvio: com o Kleberson, jogamos sempre com menos um. Mas desse jeito, escondidinho e com título de pentacampeão do mundo, o sem-sangue é titular absoluto no time do Tiozão.
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O Flamengo está a 3 pontos dos líderes. Os que estão na frente não possuem muitos atributos: o Grêmio andou perdendo da Portuguesa e nesta rodada tomou um passeio; O Palmeiras levou de 3 do Fluminense; o Cruzeiro é um time de garotos e o São Paulo ganha sempre na conta do chá e muitas vezes com arbitragem amiga. O Flamengo tem (ou tinha, após esta rodada) a melhor campanha do segundo turno. É (ou era) o melhor visitante. Tem o segundo melhor ataque e o terceiro melhor saldo. No entanto, os dados qualitativos são mais importantes que os quantitativos. A matemática é pouco para me entusiasmar. O time não inspira confiança. Para ser campeão ou talvez até para a vaga na Libertadores, precisará ganhar do Cruzeiro fora e do Palmeiras em casa.
Não levo fé. Também não acho agradável assistir aos jogos deste time. O jogo com o Coritiba foi uma aberração, com muitos deméritos para o adversário. Por isso, não pretendo ir ao jogo de sábado. Caio Jr. e Kleberson conseguiram me transformar num torcedor de radinho.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

FLAMENGO 5 X 0 CORITIBA

Depois de um longo e silencioso inverno, a resenha volta empolgada após a goleada sobre o Coritiba. Não, ainda não estou convicto de que dá para confiar no time. A postura mais segura e racional é manter a desconfiança. Mas racionalidade não tem nada a ver com ser torcedor! Mais uma vitória destas e eu atolo no mar do entusiasmo!

O JOGO

O adversário foi surpreendentemente frágil, mas isso não é problema nosso. O fato é que o jogo rolou do jeito que o time do Flamengo gosta: o visitante dando espaço e transformando o gramado do Maraca num latifúndio para a gente atacar em velocidade. Destaques para o Leo Moura, o Ibson (que tava merecendo jogar bem e marcar um gol, pois nunca se escondeu) e para o Obina!

OBINA

Obina é o seguinte: quando o Flamengo perde ele irrita; quando ganha, ele diverte. Além de ter contribuído com um gol e uma presença constante e perigosa na área, o baiano nos brindou com suas pedaladas, seu gingado desengonçado e suas quedas tal qual um saco de batatas. Tá certo que isso só é engraçado, repito, nas vitórias, mas se ele continuar fazendo os gols como naquela jogada do Kleberson...

KLEBERSON

Teve uma atuação razoável. Talvez a melhor com a camisa do Flamengo. Simplesmente porque participou de alguma coisa! No caso, deu um pique aproveitando um buraco do lado direito digno de uma pelada e rolou consciente para o Obina. Claro, que para fazer TUDO ISSO o esforço foi incomensurável e o rapaz saiu com cãibras aos 26 minutos do segundo tempo. E aí o Fierro entrou e participou muito mais que ele do jogo!

FIERRO

Aliás, eu levo mais fé nesse gringo do que no Sambueza. Inexplicavelmente eu leio por aí muitos comentários considerando que o argentino tem um algo a mais e que merece vaga. Para mim, o cara não mostrou nada ainda. Na verdade, o acho bonde. Se não for, tá pesadão demais. O chileno me parece mais esperto. Hoje seria o jogador que eu escalaria no lugar do Kleberson. Eu manteria também o Aírton e sacaria o Jailton.

JAILTON

Eu já tinha dito isto antes: o Jailton pode ser um bom zagueiro-central, apesar de ser um volante ou terceiro zagueiro fraco. Ele deve ser o reserva imediato do Fabio Luciano, nunca mais será contestado. Nesta invenção o Caio acertou. E ainda bem que escalou o Luizinho. Os remanescentes do pacote do Ipatinga foram úteis.

SPORTV

Por falar em Ipatinga, já repararam na mania insuportável do Luiz Carlos Jr. de sempre mencionar o time pelo qual o jogador foi revelado quando cita o nome de um na narração? Para quê a gente precisa desta informação, meu Deus do céu? "Lá vai Ibson, revelado pelo Flamengo. Toca para Obina, revelado pelo Vitória. Mais atrás com Kleberson, revelado pelo Atlético Paranaense e pentacampeão do mundo em 2002! Kleberson erra o passe...". Senti falta de estar no Maraca. Pelo menos assistindo ao jogo em casa dá para beber cerveja. E é possível ouvir os comentários do Raul, que além de dizer coisas pertinentes, ainda torce descaradamente pelo Mengão! Eu gosto é disso, imparcialidade nas transmissões!!!!

domingo, 27 de julho de 2008

FLAMENGO 3 X 1 VASCO; CORITIBA 1 X 0 FLAMENGO; FLAMENGO 0 X 1 VITÓRIA; PORTUGUESA-SP 2 X 2 FLAMENGO; FLAMENGO 0 X 0 BOTAFOGO

Uma vitória tranqüila, numa "época" em que liderávamos com folga o Brasileirão, depois quatro resultados ruins na seqüência. Nesse meio tempo saíram Renato Augusto, Marcinho e Souza, sendo que só os dois primeiros farão falta mesmo. Só que fica uma pergunta: quando o Souza nos desesperava perdendo gol de todo jeito, a gente gritava Obina na arquibancada. Se não vier ninguém para o ataque, o que faremos quando o Obina perder mais e piores gols, de forma mais bisonha ainda? Pediremos Paulo Sérgio?

Em breve as estátisticas das partidas.

sábado, 12 de julho de 2008

ATÉTICO-MG 1 X 1 FLAMENGO

Terminada a partida na qual fizemos um primeiro tempo que poderia garantir a vitória (não contasse o time adversário com a participação decisiva de um jogador para atrapalhar o nosso ataque, o Obina) seguido de um segundo tempo de amplo domínio adversário, lá fui eu, para internet, mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte, descobrir o quanto duraria o último sofrimento do campo das neuroses futebolísticas. Fui no site da CBF e aprendi que a tal janela fica aberta até 31 de julho para os melhores do seu time irem embora. Logo em seguida, abre-se outra para a entrada de reforços vindos do exterior. Portanto, serão mais dezenove de dias de angústia com a expectativa de perdermos mais alguém do time, para então termos a esperança de ver alguém estreando no lugar do Renato Augusto. E se o reforço chegar, que ao menos não venha em um negócio mirabolante e pirotécnico, como o Sr. Kleber Leite gosta de praticar...

Atlético-MG: Edson; Mariano (Elton), Marcos, Vinícius e Amaral (Castillo); Serginho, Márcio Araújo, Renan e Petkovic; Danilinho e Eduardo (Rafael Aguiar). Técnico: Alexandre Gallo
Flamengo: Bruno; Luizinho, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Kléberson (Dininho), Toró (Aírton) e Jônatas (Erick Flores); Marcinho e Obina. Técnico: Caio Júnior
Local: Mineirão
Árbitro: Paulo César Oliveira
Assistentes: Milton Otaviano dos Santos e Marcelo Carvalho Van Gasse
Cartões amarelos: Jaílton, Aírton (Flamengo); Vinícius (Atlético-MG)
Gols: Marcinho, aos 16min do primeiro tempo; Marcos, aos 31min do segundo tempo